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Cearense desenvolve equipamento de combate à escassez de água

Osvaldo construiu, com ajuda do laboratório da UFC, um protótipo inovador (FOTO: Arquivo pessoal).

A escassez de água no
semiárido nordestino é um problema que exige uma resposta prioritária. A
falta de água ocasiona fome, sede e perdas agrícolas. Como ainda faltam
soluções, iniciativas individuais pretendem combater a estiagem.
O estudante de Engenharia Mecânica,
Osvaldo Tavares, de apenas 20 anos, criou um protótipo inovador, que
pretende servir como ferramenta para resolver o problema da escassez no
Nordeste, mais precisamente no Ceará. O experimento retira sais da água a partir da luz solar.
Cursando
o 9º semestre do curso na Universidade Federal do Ceará (UFC), Osvaldo
já recebeu manifestações de reconhecimento pelo trabalho. Ele ficou em
2º lugar na categoria Estudante de Ensino Superior do Prêmio Jovem
Cientista, promovido nacionalmente pelo CNPq, do Governo Federal.
Com
o suporte da equipe do Laboratório de Energia Solar e Gás Natural,
fundado pela professora Maria Eugênia Vieira da Silva, Osvaldo
desenvolveu um experimento de dessalinização da água por meio da energia solar. “O protótipo trata da dessalinização, com o objetivo de torná-la adequada ao consumo humano, a partir do calor para provocar a evaporação das moléculas de água, ocorrendo a separação entre a água pura e os sais”. 

Como funciona
O
equipamento pode ser dividido em duas partes: os coletores de tubo
evacuados, responsáveis por absorver a radiação solar e provocar o
aquecimento da água que neles circula.; e a torre de dessalinização,
constituída de um tanque e de múltiplos estágios empilhados, onde ocorre
a dessalinização propriamente dita. 
Equipamento dessaliniza água por meio da energia solar (FOTO: Divulgação)

“A água aquecida dos
coletores flui de forma natural (termosifão) até o tanque, onde evapora.
O vapor condensa na superfície inferior, transferindo o calor para o
estágio acima. Em seguida, o condensado é coletado por meio de calhas. O
processo continua até o estágio mais alto da torre”, explica.
Litros
O
experimento deu tão certo, que foram alcançados 28 L de água
dessalinizadas no período de 24 horas. Com base nesse valor, cada
protótipo pode fornecer água potável para até 13 pessoas em uma
comunidade isolada.
Entretanto,
segundo o jovem cientista, este ainda não é o resultado final. “O
sistema foi concebido para operar em sete estágios instalados, estamos
usando cinco”. Além disso, os pesquisadores estudam a possibilidade de
usar refletores para aumentar a radiação incidente nos coletores
solares, o que elevaria a produção de água dessalinizada.
A
tecnologia pode ser importante ferramenta para combater o problema de
escassez de água, porque é possível a instalação em regiões isoladas,
diferente de outras técnicas de dessalinização que utilizam energia
elétrica, além de poder ser manuseada por usuários sem muitos
conhecimentos técnicos. “As áreas afetadas com o problema da seca têm
como característica o sol forte o ano inteiro, o que evidencia o grande potencial solar dessas regiões”, diz Osvaldo. 
Estudante garantiu o prêmio Jovem Cientista com o equipamento (FOTO: Arquivo pessoal)

 Motivação
O fato de ter sido um
dos vencedores do prêmio Jovem Cientista motivou Osvaldo a contribuir
com soluções aos problemas sociais do país. De acordo com o estudante, o
maior incentivo foi o reconhecimento do trabalho do laboratório por
instituições federais, como o CNPq. Em dezembro, 
Osvaldo recebeu o
prêmio das mãos da presidente Dilma Rousseff.
“As vezes, pensamos que estamos esquecidos
(…) Mas chegar ao Palácio do Planalto e receber os cumprimentos da
presidente como resposta ao trabalho que fazemos foi muito bom”, revela.
Fonte: Tribuna do Ceará

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