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Três cidades do Ceará não registraram homicídios em quatro anos

Alcântaras, a 285 km de Fortaleza. Há mais de 10 anos não
acontece um assassinato na cidade, segundo o comandante do destacamento
de Alcântaras (FOTO: Divulgação/Prefeitura Municipal)

Somente 3,2% dos cearenses podem dizer que vivem em um município onde
assassinatos não são uma preocupação. São 28.109 pessoas estabelecidas
em cidades que não registraram nenhuma morte do tipo entre 2008 e 2012,
de acordo com o Mapa da Violência 2014.

Os municípios ‘onde reina a paz’ são: Alcântaras, Palhano e Potiretama. Alcântaras, a 285 quilômetros de Fortaleza, possui uma população de 10.956 habitantes.

De acordo com o comandante do destacamento da Polícia Militar do
município, sargento Francisco Lindonjohnson Vasconcelos, o efetivo é de apenas nove policiais,
em revezamento. “Realizamos muitas abordagens, principalmente de
veículos com placas que não são da cidade. Mas aqui muito tranquilo. É
uma cidade com muitas famílias, o povo é bem pacato e ainda acredita no
trabalho policial”, conta.

O comandante, que atua há dois anos na cidade, nunca presenciou um homicídio no local. “Há mais de 10 anos não acontece um assassinato.
De vez em quando têm uns roubos, mas é mais na área rural. No Festival
de Quadrilha, por exemplo, as pessoas não dão um empurrão sequer”,
brinca. Segundo o sargento, de janeiro a julho deste ano foi apreendida
apenas uma arma de fogo no município.

Os moradores também comemoram a segurança na cidade, como é o caso do
comerciante Betinho, dono de uma loja de material de construção –
situada no Centro de Alcântaras. “A cidade é pacata demais. Essa
violência toda ainda não chegou aqui. A droga, infelizmente, está
começando a aparecer, mas as pessoas usam mais por vício, não é pra
fazer o que não presta não”, diz.

‘Todo mundo se conhece’

O mesmo acontece em Potiretama, a 280 km de Fortaleza, cuja população
é estimada em 6.181 pessoas. O efetivo policial é de seis homens; em
breve, de acordo com o destacamento, chegarão mais três para preencher o
quadro. Segundo um policial da Delegacia, que não quis
se identificar, de 2008 a 2014, foi registrado um homicídio, em
fevereiro de 2013. O crime é tão incomum na cidade, que é
possível relatar todos os detalhes. “O último que aconteceu foi em
fevereiro. Um rapaz que vinha em uma motocicleta matou um que vinha no
caminhão, perto da divisa, há uns 8 quilômetros”, relembra.

O segredo é a prevenção. O trabalho baseia-se em abordagens. Se
aparece alguém de fora, a polícia fica em alerta. “Todo mundo conhece
todo mundo. Você entra numa rua, sai pela outra e já conheceu a cidade
toda. Então se vem alguém de fora, as pessoas ligam pra gente”.

Palhano

Já em Palhano, a 150 quilômetros da capital, há 8.972 habitantes. De
acordo a prefeitura do município, 10 policiais militares fazem a
ronda 24 horas por dia. Outros 12 homens do Programa de Proteção à
Cidadania e três da Guarda Municipal completam o quadro. “A Organização
Mundial requer um agente de segurança para cada 450 pessoas, aqui temos
um agente para cada 370”, explica o prefeito Nilson Freitas.

Apesar da tranquilidade em Palhano, a cidade não está imune à
violência pelo fato de ser próxima a municípios maiores, como Russas,
Jaguaruana e Aracati. De novembro de 2012 a dezembro de 2013, ocorreram
três ataques a banco no local. No fim do ano passado, houve registro de
um homicídio, praticado por homens de Fortaleza. “Nesse ano não teve
nenhum. Se não fosse esse infortúnio, já completaríamos uns 15 anos sem
assassinato em Palhano”, conclui.

 Um assassinato em quatro anos

O levantamento só vai até 2012 porque é o último ano com dados disponíveis do Ministério da Saúde
para todos os municípios do País. O estudo, que é feito pela Faculdade
Latino-Americana de Ciências Sociais, revela ainda que há cidades do
Ceará com registro de apenas um assassinato nos quatro anos. É o caso de
Tarrafas, Graça, Martinópole, Baixio e Pacujá.

O Mapa da Violência também divulgou os dados em
relação à população jovem. Além das três cidades que não tiveram nenhum
assassinato, outros 12 municípios não tiveram homicídios de pessoas
entre 15 e 29 anos. São elas Baixio, Chaval, Jijoca de Jericoacoara,
Martinópole, Mucambo, Pacoti, Pacujá, Palhano, Pires Ferreira,
Potiretama, Reriutaba e Tarrafas. Tiveram um assassinato de jovem os
municípios de Apuiarés, Arneiroz, Barroquinha, Croatá, Graça, Granjeiro,
Paramoti, Potengi, Senador Sá e Umari.

Brasil

A lista divulgada contempla também informações nacionais. Das 5,5 mil
cidades do Brasil, somente 684 conseguiram passar o período sem registrar homicídios.
O fato, portanto, é que apenas em cada oito cidades mantém um cotidiano
em que assassinatos não são uma realidade. Destas, 92% possuem menos de
10 mil habitantes.

Fonte: Tribuna do Ceará

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